Após o Mundial de 1950, o objetivo principal da CBD se detinha a “virar a página” daquela competição, na qual o Brasil terminou como Vice-Campeão. Se para outros países um vice-campeonato representava uma colocação honrosa e respeitável, para os países da América do Sul isso representava mágoa e vergonha (na final do Mundial de 1930 conflitos foram registrados em Buenos Aires após a derrota de 4 a 2 para o Uruguai).
É fato que muito do que estimulava esse sentimento de derrota se renovava em notícias veiculadas por alguns jornais da época.
Mas, para não ter que perpetuar explicações, a CBD procurou uma renovação, quase que completa, a começar pelo elenco: dos vice-campeões, apenas seis jogadores continuaram na seleção.
O técnico mudou de Flávio Costa para Zezé Moreira, que implantou um novo esquema, 4-3-3 (recuando o ponteiro Telê Santana para ajudar no meio-campo) e a marcação por zona. Como resultado, o Brasil ganhou o primeiro título oficial internacional - o Pan-Americano do Chile em 1952.
Entretanto, a principal mudança ocorreu no uniforme da Seleção. Isso também vinha como necessidade à presença numerosa de países que também usavam uma camisa branca como a principal de suas seleções.
Em 1953, o jornal carioca Correio da Manhã promoveu um concurso para a escolha do novo uniforme da Seleção. Como principal critério, a obrigatoriedade de utilização das cores da Bandeira Brasileira.
O total de inscritos chegou a 201 participantes, sendo o vencedor do concurso um jovem desenhista, gaúcho de 18 anos, chamado Aldyr Garcia Schlee (atualmente, Doutor em Ciências Humanas, jornalista, tradutor, professor universitário e um dos escritores mais importantes do Rio Grande do Sul e do Brasil, e recebido prêmios Esso, Bienal Nestlé, Jabuti, entre outros). Como prêmio pelo desenho, recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, uma soma equivalente a R$ 20 mil, e um estágio no jornal promotor do concurso, sendo colega de, Nélson Rodrigues, Antonio Calado e Millor Fernandes, entre outros.
Aldyr desenvolveu aquele que seria o uniforme definitivo da Seleção, e eternizado pela denominação de “Amarelinha” e apelidado de “Seleção Canarinho” pelo locutor da Rádio Record Geraldo José de Almeida: camisa amarela com detalhes em verde no distintivo e na gola, calção azul e meias brancas.
Segundo o próprio Aldyr Schlee: “Até chegar nesse modelo, tentei centenas de combinações imagináveis. Escolhi o amarelo e o verde na camisa por serem cores imponentes. O azul é forte e a meia branca dá uma impressão de grandeza aos jogadores” (entrevista concedida ao jornal “O Povo” – link nas referências)
A CBD oficializou o uniforme para o Mundial de 1954, como primeira competição para o novo uniforme.
Mantida a parceria com a Superball, foi a Athleta que iniciou nova parceria com a CBD, no fornecimento dos materiais esportivos, principalmente de treino. As duas marcas aparecem nas Camisas da Seleção, a partir de 1954. Também, com a Malharia Athleta, as camisas de jogo ficaram mais leves (pelo uso de fio de algodão “penteado” com “trama” mais justa – malha mais resistente), mas o padrão estético da camisa permenece o mesmo daquele utilizado no Mundial anterior.
Ao contrário do Mundial anterior, a FIFA exigiu que as seleções fizessem a inscrição de todos os atletas com numeração fixa nas camisas. A CBD inscreveu 22 atletas, sendo a Camisa número 1 do goleiro Castilho (Fluminense) e a número 22 do goleiro Luís Morais do Corinthians, também conhecido como “Cabeção”.
O Brasil estreou a nova Camisa em grande estilo: 5 a zero no México, no dia 16 de junho daquele ano, sendo o primeiro gol com a “Amarelinha” assinalado por Baltazar, remanescente de 1950, com o número 9 às costas.
Na sequência, um empate de 1 a 1 com a Iugoslávia, que classificou as duas equipes para a outra fase.
Nesta, aquele que ficou eternizado como a “Batalha de Berna”: derrota de 4 a 2 para a poderosa Seleção da Hungria, do craque Puskas, que imprimiu o vermelho da Camisa Húngara à “Amarelinha” com o sangue dos jogadores, após socos, pontapés e até garrafadas.
Time-base: Veludo no gol, Paulinho e Brandãozinho na zaga; Alfredo, Mauro e Bauer no meio-campo; Julinho, Baltazar, Humberto, Maurinho e Pinga no ataque.
Fontes de pesquisa:
50 anos de emoção e gol: a história da copa do mundo. Revista Oficial da CBF, Rio de Janeiro, pp. 7-8, Bloch Editores, 1980.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
O inventor da amarelinha. O Povo Online. Disponível em: http://opovo.uol.com.br/opovo/esportes/971614.html. Acesso em: 02.mai 2010.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.
É fato que muito do que estimulava esse sentimento de derrota se renovava em notícias veiculadas por alguns jornais da época.
Mas, para não ter que perpetuar explicações, a CBD procurou uma renovação, quase que completa, a começar pelo elenco: dos vice-campeões, apenas seis jogadores continuaram na seleção.
O técnico mudou de Flávio Costa para Zezé Moreira, que implantou um novo esquema, 4-3-3 (recuando o ponteiro Telê Santana para ajudar no meio-campo) e a marcação por zona. Como resultado, o Brasil ganhou o primeiro título oficial internacional - o Pan-Americano do Chile em 1952.
Entretanto, a principal mudança ocorreu no uniforme da Seleção. Isso também vinha como necessidade à presença numerosa de países que também usavam uma camisa branca como a principal de suas seleções.
Em 1953, o jornal carioca Correio da Manhã promoveu um concurso para a escolha do novo uniforme da Seleção. Como principal critério, a obrigatoriedade de utilização das cores da Bandeira Brasileira.
O total de inscritos chegou a 201 participantes, sendo o vencedor do concurso um jovem desenhista, gaúcho de 18 anos, chamado Aldyr Garcia Schlee (atualmente, Doutor em Ciências Humanas, jornalista, tradutor, professor universitário e um dos escritores mais importantes do Rio Grande do Sul e do Brasil, e recebido prêmios Esso, Bienal Nestlé, Jabuti, entre outros). Como prêmio pelo desenho, recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, uma soma equivalente a R$ 20 mil, e um estágio no jornal promotor do concurso, sendo colega de, Nélson Rodrigues, Antonio Calado e Millor Fernandes, entre outros.
Aldyr desenvolveu aquele que seria o uniforme definitivo da Seleção, e eternizado pela denominação de “Amarelinha” e apelidado de “Seleção Canarinho” pelo locutor da Rádio Record Geraldo José de Almeida: camisa amarela com detalhes em verde no distintivo e na gola, calção azul e meias brancas.
Segundo o próprio Aldyr Schlee: “Até chegar nesse modelo, tentei centenas de combinações imagináveis. Escolhi o amarelo e o verde na camisa por serem cores imponentes. O azul é forte e a meia branca dá uma impressão de grandeza aos jogadores” (entrevista concedida ao jornal “O Povo” – link nas referências)
A CBD oficializou o uniforme para o Mundial de 1954, como primeira competição para o novo uniforme.
Mantida a parceria com a Superball, foi a Athleta que iniciou nova parceria com a CBD, no fornecimento dos materiais esportivos, principalmente de treino. As duas marcas aparecem nas Camisas da Seleção, a partir de 1954. Também, com a Malharia Athleta, as camisas de jogo ficaram mais leves (pelo uso de fio de algodão “penteado” com “trama” mais justa – malha mais resistente), mas o padrão estético da camisa permenece o mesmo daquele utilizado no Mundial anterior.
Ao contrário do Mundial anterior, a FIFA exigiu que as seleções fizessem a inscrição de todos os atletas com numeração fixa nas camisas. A CBD inscreveu 22 atletas, sendo a Camisa número 1 do goleiro Castilho (Fluminense) e a número 22 do goleiro Luís Morais do Corinthians, também conhecido como “Cabeção”.
O Brasil estreou a nova Camisa em grande estilo: 5 a zero no México, no dia 16 de junho daquele ano, sendo o primeiro gol com a “Amarelinha” assinalado por Baltazar, remanescente de 1950, com o número 9 às costas.
Na sequência, um empate de 1 a 1 com a Iugoslávia, que classificou as duas equipes para a outra fase.
Nesta, aquele que ficou eternizado como a “Batalha de Berna”: derrota de 4 a 2 para a poderosa Seleção da Hungria, do craque Puskas, que imprimiu o vermelho da Camisa Húngara à “Amarelinha” com o sangue dos jogadores, após socos, pontapés e até garrafadas.
Time-base: Veludo no gol, Paulinho e Brandãozinho na zaga; Alfredo, Mauro e Bauer no meio-campo; Julinho, Baltazar, Humberto, Maurinho e Pinga no ataque.
Fontes de pesquisa:
50 anos de emoção e gol: a história da copa do mundo. Revista Oficial da CBF, Rio de Janeiro, pp. 7-8, Bloch Editores, 1980.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
O inventor da amarelinha. O Povo Online. Disponível em: http://opovo.uol.com.br/opovo/esportes/971614.html. Acesso em: 02.mai 2010.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.
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