Aspectos que antecederam o Mundial
Logo após a conquista do Mundial de 1994, a Seleção entraria em recesso, período que foi marcado mais pelas notícias extra-campo (políticas), do que exatamente, relacionadas ao futebol (esporte).
Sob o comando de Zagallo, a Seleção fecharia um ano vitorioso com mais um resultado positivo, no dia 23 de dezembro, em amistoso vencido sobre a Iugoslávia por 2 a zero, no Estádio Olímpico (Porto Alegre).
Após a conquista do quarto Título Mundial, a Umbro atualizou o uniforme com quatro escudos da CBF em marca d’água na camisa amarela e quatro estrelas acima do escudo. Esse novo uniforme foi utilizado a partir desse amistoso e dezembro de 1994, até final de 1996, com a mudança do fornecedor.
Além desse amistoso no ano anterior, 1995 se inicia com quatro amistosos (3 vitórias – Eslováquia, Valencia (ESP) e Israel - e um empate – Honduras); o título da Umbro Cup (Copa Umbro), disputado na Inglaterra, com três vitórias em três jogos (Suécia, Japão e Inglaterra); mais uma vitória em amistoso contra a Polônia (2 a 1); um vice-campeonato na Copa América (4 vitórias – Equador, Peru, Colômbia e EUA - e 2 empates – Argentina e Uruguai, na final); e o ano seria encerrado com mais seis amistosos (5 vitórias – Japão, Coréia do Sul, Uruguai, Argentina e Colômbia – e 1 empate – Romênia).
Em 1996, uma competição já em janeiro (Copa de Ouro da CONCACAF) e um vice-campeonato, com 3 vitórias (Canadá, Honduras e EUA) e uma derrota, para o campeão México. O ano seria ainda complementado com nove amistosos: 6 vitórias (Gana, África do Sul, Polônia, Lituânia, Camarões e Bósnia-Herzegovina) e 3 empates (Croácia, Rússia e Holanda).
O ano de 1997 se inicia com um amistoso contra a Polônia e duas novidades. A Seleção entrou no gramado do Estádio Serra Dourada (Goiânia) com uma camiseta cuja estampa manifestava o apoio da CBF para a candidatura do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2004 (que viria a se confirmar para 2016). Por baixo dessa camiseta, o novo uniforme de um novo fornecedor: a estadunidense Nike. Naquele jogo, vitória de 4 a 2.
Esta camisa, praticamente uma releitura na forma do modelo desenvolvido pela Umbro, ao contrário da antecessora, não possuía estampas, apenas a preservação da gola (recorte frontal discreto em “V” e abas laterais – estilo pólo), numeração frontal na altura do peito, e a logomarca da fornecedora na altura do escudo, no lado esquerdo (com a camisa vista de frente). Também, uma listra verde delinearia cada uma das mangas da camisa até a gola.
Por ter se sagrado Campeão Mundial em 1994, o Brasil não precisou disputar o torneio classificatório para uma das vagas no Mundial de 1998. A preparação da Seleção e a definição dos jogadores que seriam convocados para o Mundial da França foram feitas durante jogos amistosos, e poucas competições (mas incomparáveis com uma seletiva).
Viriam três amistosos (duas goleadas de 4 a zero sobre Chile e México, e uma derrota para a Noruega), participação no Torneio da França (2 empates – França e Itália – e 1 vitória sobre a Inglaterra), o título da Copa América (invicto com 6 vitórias), mais seis amistosos – com 6 vitórias, e encerraria o ano como campeão da primeira Copa das Confederações (1 empate – Austrália - e 4 vitórias – Arábia Saudita, México, República Tcheca e Austrália, na final).
Tudo se encaminhava para mais um Título Mundial, com a Seleção como única favorita.
No início do ano do Mundial, mais uma participação na Copa de Ouro da CONCACAF, e terceiro lugar para a Seleção, com 2 vitórias (El Salvador e Jamaica), 2 empates (Jamaica e Guatemala) e uma derrota (EUA).
Mais um amistoso, e vitória por 2 a 1 sobre a Alemanha, em Stuttgart, que causou a ótima impressão para uma equipe pronta para a competição. Entretanto, um mês depois, em outro amistoso, derrota para a Argentina em pleno Maracanã, com uma atuação apagada, provocou a desconfiança da torcida. Para complementar, Romário se contunde (lesão na panturrilha) em partida realizada contra o Friburguense , com a antecedência de um mês para o Mundial, e foi cortado da Seleção (importante destacar que diagnósticos contraditórios mostravam previsões diferentes, mas de fato Romário se recuperou e poderia ter sido convocado).
Outro fator extra-campo impactou na condução da Seleção para o Mundial da França. Contestações sobre a forma com a qual a Seleção havia se preparado para a competição, pressionaram o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo a aceitar a inclusão do ídolo Zico no cargo de coordenador técnico.
A Camisa da Seleção no Mundial de 1998
Mudanças no uniforme utilizado até então, foram relacionadas à gola, redonda, similar àquela utilizada na década de 1970 (e em 1982), e a inclusão de outras duas listras finas – verdes – delineando a gola à manga, na frente e nas costas.
Complementara esses detalhes, o Mundial da França foi o primeiro a apresentar referência da competição na camisa. Algumas seleções adotaram inscrições relacionadas ao evento (como na Seleção – com o nome do país abaixo do escudo e a inscrição “FIFA WORLD CUP – FRANCE 98” – em maiúsculas), outras personalizavam as camisas para cada partida (com a inscrição da data e o nome do adversário).
Como vencedor do último Mundial, o Brasil seria cabeça-de-chave do Grupo A, e disputou uma vaga com Noruega, Marrocos e Escócia. Classificou-se em primeiro lugar no grupo, vencendo a Escócia (2 a 1) no dia 10 de junho em Saint-Denis; Marrocos (3 a 0) em Nantes, e perdeu para a Noruega (2 a 1) em Marseille.
Nas Oitavas-de-Final, no dia 27 de junho, em Paris, goleada sobre o Chile por 4 a 1 (gols de César Sampaio e Ronaldo, ambos por duas vezes).
Na fase seguinte, no dia 3 de julho, 3 a 2 sobre a Dinamarca (gols de Bebeto e Rivaldo, duas vezes), de virada, no retorno a Nantes.
Na semifinal, no dia 7 de julho, uma partida difícil contra a Holanda, em Marseille. Empate no tempo normal por 1 a 1 (gol de Ronaldo) e decisão da vaga nos pênaltis. Taffarel fez duas defesas, e garantiu a classificação: 4 a 2 para o Brasil.
Na partida final, Brasil e França decidiriam o último campeão do Milênio, no dia 12 de julho, no Stade de France, em Saint-Denis.
Horas antes da partida, um fato (ainda conturbado) provocaria uma mudança radical na conduta da Seleção, antes, durante e depois da decisão. O atacante Ronaldo teve uma convulsão, sendo vetado pelo departamento médico ainda na concentração, e o atacante Edmundo fora escalado no time titular.
Levado a um hospital em Paris, Ronaldo foi liberado pelos médicos locais e acabou escalado. A atuação do artilheiro, no entanto, foi apática, assim como de toda a equipe, que não conseguiu impedir a França, e principalmente, Zinedine Zidane, a vencerem a final por 3 a 0, e comemorarem a conquista de seu primeiro Título Mundial.
O Brasil disputou todas as partidas do Mundial de 1998 com a camisa amarela: 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.
Seleção Vice-Campeã do Mundo em 1998: Taffarel (Atlético-MG), Carlos Germano (Vasco) e Dida (Cruzeiro) para o gol; Cafu (Roma-ITA) e Zé Carlos (São Paulo) para a lateral-direita; Aldair (Roma-ITA), Júnior Baiano (Flamengo), Gonçalves (Botafogo) e André Cruz (Milan-ITA) para a zaga; Roberto Carlos (Real Madrid-ESP) para a lateral-esquerda; César Sampaio (Y. Flugels-JAP), Dunga (J. Iwata-JAP), Doriva (Porto-POR) e Émerson (Bayer Leverkusen-ALE) como volantes; Leonardo (Milan-ITA), Zé Roberto (Flamengo), Giovanni (Barcelona-ESP) e Rivaldo (Barcelona-ESP) no meio-campo; Bebeto (Botafogo), Ronaldo (Internazionale-ITA), Denílson (São Paulo) e Edmundo (Fiorentina-ITA) para o ataque.
Fontes de pesquisa:
El Libro de Oro del Mundial – 1930 – 1998. Buenos Aires: Clarin, 1998.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.
Logo após a conquista do Mundial de 1994, a Seleção entraria em recesso, período que foi marcado mais pelas notícias extra-campo (políticas), do que exatamente, relacionadas ao futebol (esporte).
Sob o comando de Zagallo, a Seleção fecharia um ano vitorioso com mais um resultado positivo, no dia 23 de dezembro, em amistoso vencido sobre a Iugoslávia por 2 a zero, no Estádio Olímpico (Porto Alegre).
Após a conquista do quarto Título Mundial, a Umbro atualizou o uniforme com quatro escudos da CBF em marca d’água na camisa amarela e quatro estrelas acima do escudo. Esse novo uniforme foi utilizado a partir desse amistoso e dezembro de 1994, até final de 1996, com a mudança do fornecedor.
Além desse amistoso no ano anterior, 1995 se inicia com quatro amistosos (3 vitórias – Eslováquia, Valencia (ESP) e Israel - e um empate – Honduras); o título da Umbro Cup (Copa Umbro), disputado na Inglaterra, com três vitórias em três jogos (Suécia, Japão e Inglaterra); mais uma vitória em amistoso contra a Polônia (2 a 1); um vice-campeonato na Copa América (4 vitórias – Equador, Peru, Colômbia e EUA - e 2 empates – Argentina e Uruguai, na final); e o ano seria encerrado com mais seis amistosos (5 vitórias – Japão, Coréia do Sul, Uruguai, Argentina e Colômbia – e 1 empate – Romênia).
Em 1996, uma competição já em janeiro (Copa de Ouro da CONCACAF) e um vice-campeonato, com 3 vitórias (Canadá, Honduras e EUA) e uma derrota, para o campeão México. O ano seria ainda complementado com nove amistosos: 6 vitórias (Gana, África do Sul, Polônia, Lituânia, Camarões e Bósnia-Herzegovina) e 3 empates (Croácia, Rússia e Holanda).
O ano de 1997 se inicia com um amistoso contra a Polônia e duas novidades. A Seleção entrou no gramado do Estádio Serra Dourada (Goiânia) com uma camiseta cuja estampa manifestava o apoio da CBF para a candidatura do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2004 (que viria a se confirmar para 2016). Por baixo dessa camiseta, o novo uniforme de um novo fornecedor: a estadunidense Nike. Naquele jogo, vitória de 4 a 2.
Esta camisa, praticamente uma releitura na forma do modelo desenvolvido pela Umbro, ao contrário da antecessora, não possuía estampas, apenas a preservação da gola (recorte frontal discreto em “V” e abas laterais – estilo pólo), numeração frontal na altura do peito, e a logomarca da fornecedora na altura do escudo, no lado esquerdo (com a camisa vista de frente). Também, uma listra verde delinearia cada uma das mangas da camisa até a gola.
Por ter se sagrado Campeão Mundial em 1994, o Brasil não precisou disputar o torneio classificatório para uma das vagas no Mundial de 1998. A preparação da Seleção e a definição dos jogadores que seriam convocados para o Mundial da França foram feitas durante jogos amistosos, e poucas competições (mas incomparáveis com uma seletiva).
Viriam três amistosos (duas goleadas de 4 a zero sobre Chile e México, e uma derrota para a Noruega), participação no Torneio da França (2 empates – França e Itália – e 1 vitória sobre a Inglaterra), o título da Copa América (invicto com 6 vitórias), mais seis amistosos – com 6 vitórias, e encerraria o ano como campeão da primeira Copa das Confederações (1 empate – Austrália - e 4 vitórias – Arábia Saudita, México, República Tcheca e Austrália, na final).
Tudo se encaminhava para mais um Título Mundial, com a Seleção como única favorita.
No início do ano do Mundial, mais uma participação na Copa de Ouro da CONCACAF, e terceiro lugar para a Seleção, com 2 vitórias (El Salvador e Jamaica), 2 empates (Jamaica e Guatemala) e uma derrota (EUA).
Mais um amistoso, e vitória por 2 a 1 sobre a Alemanha, em Stuttgart, que causou a ótima impressão para uma equipe pronta para a competição. Entretanto, um mês depois, em outro amistoso, derrota para a Argentina em pleno Maracanã, com uma atuação apagada, provocou a desconfiança da torcida. Para complementar, Romário se contunde (lesão na panturrilha) em partida realizada contra o Friburguense , com a antecedência de um mês para o Mundial, e foi cortado da Seleção (importante destacar que diagnósticos contraditórios mostravam previsões diferentes, mas de fato Romário se recuperou e poderia ter sido convocado).
Outro fator extra-campo impactou na condução da Seleção para o Mundial da França. Contestações sobre a forma com a qual a Seleção havia se preparado para a competição, pressionaram o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo a aceitar a inclusão do ídolo Zico no cargo de coordenador técnico.
A Camisa da Seleção no Mundial de 1998
Mudanças no uniforme utilizado até então, foram relacionadas à gola, redonda, similar àquela utilizada na década de 1970 (e em 1982), e a inclusão de outras duas listras finas – verdes – delineando a gola à manga, na frente e nas costas.
Complementara esses detalhes, o Mundial da França foi o primeiro a apresentar referência da competição na camisa. Algumas seleções adotaram inscrições relacionadas ao evento (como na Seleção – com o nome do país abaixo do escudo e a inscrição “FIFA WORLD CUP – FRANCE 98” – em maiúsculas), outras personalizavam as camisas para cada partida (com a inscrição da data e o nome do adversário).
Como vencedor do último Mundial, o Brasil seria cabeça-de-chave do Grupo A, e disputou uma vaga com Noruega, Marrocos e Escócia. Classificou-se em primeiro lugar no grupo, vencendo a Escócia (2 a 1) no dia 10 de junho em Saint-Denis; Marrocos (3 a 0) em Nantes, e perdeu para a Noruega (2 a 1) em Marseille.
Nas Oitavas-de-Final, no dia 27 de junho, em Paris, goleada sobre o Chile por 4 a 1 (gols de César Sampaio e Ronaldo, ambos por duas vezes).
Na fase seguinte, no dia 3 de julho, 3 a 2 sobre a Dinamarca (gols de Bebeto e Rivaldo, duas vezes), de virada, no retorno a Nantes.
Na semifinal, no dia 7 de julho, uma partida difícil contra a Holanda, em Marseille. Empate no tempo normal por 1 a 1 (gol de Ronaldo) e decisão da vaga nos pênaltis. Taffarel fez duas defesas, e garantiu a classificação: 4 a 2 para o Brasil.
Na partida final, Brasil e França decidiriam o último campeão do Milênio, no dia 12 de julho, no Stade de France, em Saint-Denis.
Horas antes da partida, um fato (ainda conturbado) provocaria uma mudança radical na conduta da Seleção, antes, durante e depois da decisão. O atacante Ronaldo teve uma convulsão, sendo vetado pelo departamento médico ainda na concentração, e o atacante Edmundo fora escalado no time titular.
Levado a um hospital em Paris, Ronaldo foi liberado pelos médicos locais e acabou escalado. A atuação do artilheiro, no entanto, foi apática, assim como de toda a equipe, que não conseguiu impedir a França, e principalmente, Zinedine Zidane, a vencerem a final por 3 a 0, e comemorarem a conquista de seu primeiro Título Mundial.
O Brasil disputou todas as partidas do Mundial de 1998 com a camisa amarela: 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.
Seleção Vice-Campeã do Mundo em 1998: Taffarel (Atlético-MG), Carlos Germano (Vasco) e Dida (Cruzeiro) para o gol; Cafu (Roma-ITA) e Zé Carlos (São Paulo) para a lateral-direita; Aldair (Roma-ITA), Júnior Baiano (Flamengo), Gonçalves (Botafogo) e André Cruz (Milan-ITA) para a zaga; Roberto Carlos (Real Madrid-ESP) para a lateral-esquerda; César Sampaio (Y. Flugels-JAP), Dunga (J. Iwata-JAP), Doriva (Porto-POR) e Émerson (Bayer Leverkusen-ALE) como volantes; Leonardo (Milan-ITA), Zé Roberto (Flamengo), Giovanni (Barcelona-ESP) e Rivaldo (Barcelona-ESP) no meio-campo; Bebeto (Botafogo), Ronaldo (Internazionale-ITA), Denílson (São Paulo) e Edmundo (Fiorentina-ITA) para o ataque.
Fontes de pesquisa:
El Libro de Oro del Mundial – 1930 – 1998. Buenos Aires: Clarin, 1998.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.
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