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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Camisa da Seleção no Mundial de 1986

Aspectos que antecederam o Mundial

O título não veio, mas a campanha de 1982 renovou a estima pelo futebol, e provocou o aquecimento para um mercado ainda incipiente: a torcida brasileira.

O pós-Mundial de 1982 proporcionou um volume de vendas similar ao registrado no mês de antecedência ao Mundial da Espanha. A Topper se apressou para aumentar a oferta de produtos (mochilas, chuteiras, agasalhos) e ainda em 1983, as vendas iam muito bem, conforme registram jornais e revistas daquele período. Antes da Topper, não houvera outra marca tão fortemente ligada à camisa da Seleção.

No intervalo do término da participação do Brasil no Mundial (5 de julho de 1982) até 28 de abril de 1983, não houve partidas da Seleção. Nessa data, em um amistoso contra o Chile, vitória de 3 a 2 no Maracanã. Um time mantido quase que na totalidade, mas um novo técnico: Carlos Alberto Parreira.

Se no campo houve mudanças, e seguindo a máxima de que “em time que ganha, não se mexe”, a Topper e a CBF mantiveram a camisa usada nos amistosos em 1982 até o final da Copa América de 1983, no dia 4 de novembro, com um empate de 1 a 1 com o Uruguai, que se sagrou campeão com esse resultado, no Estádio da Fonte Nova (Salvador). Seria o último jogo de Parreira à frente da Seleção (naquele momento).

Para os anos de 1984 e 1985, uma pequena alteração: os ramos de café, símbolo do IBC que apareciam na camisa – no lado esquerdo, para quem olha a camisa de frente – foram substituídos pela logomarca da Topper (o ramo ainda continuaria no escudo, ao lado da Taça Jules Rimet).

Assim como a Camisa recebeu mudanças, o comando técnico para Edu Antunes (1984, três amistosos, uma vitória – em cima do Uruguai, um empate – com a Argentina, uma derrota – para a Inglaterra) e Evaristo de Macedo (1985, seis amistosos, três vitórias – Colômbia, Uruguai e Argentina, três derrotas – Peru, Colômbia e Chile).

Para a competição que classificaria para o Mundial do México, e com o clamor popular, volta Telê Santana. Resultado: três vitórias (Bolívia, Chile e Paraguai) e dois empates (Paraguai e Bolívia).

Assim, classificado, o Brasil iniciaria a preparação para o Mundial de 1986 com amistosos. O primeiro adversário, a Alemanha Ocidental, vice-campeã em 1982 e comandada por Franz Beckenbauer. A base dos alemães havia sido mantida (Schumacher, Brehme, Briegel, Magath e o goleador Rummenigge), e o Brasil foi derrotado por 2 a zero em Frankfurt, no dia 12 de março.

Nesta partida, o Brasil estrearia um novo uniforme desenvolvido pela Topper. Como mudança, a gola, com abertura em “V” e gola alta (em coloração verde-folha).


Figura 1: Mundial de 1986 - Camisa com gola em "V" abas laterais

O padrão da camisa seria usado nos demais amistosos (seis jogos: 4 vitórias – Peru, Alemanha Oriental, Finlândia e Iugoslávia; uma derrota – Alemanha Ocidental e um empate – Paraguai)

Camisa no Mundial do México



No Mundial do México, o Brasil foi sorteado para fazer parte do Grupo D, com a Espanha, Irlanda do Norte e Argélia.

No México, a Seleção jogou todas as partidas em Guadalajara, no Estádio Jalisco.

Na estreia, no dia 1.º de junho, vitória apertada sobre a Espanha, com o placar mínimo (1 a zero, gol de Sócrates). Como curiosidade desse jogo, na execução dos hinos, houve confusão e substituíram o Hino Nacional pelo Hino à Bandeira.

Um fato curioso ocorreu após a partida contra a Espanha. A FIFA, após rever termos e condutas, proibiu a Seleção de utilizar o “ramo de café” (no escudo), que fora utilizado no Mundial de 1982, e se repetia em 1986. A Topper teve que refazer as camisas (o Brasil ainda usaria a camisa sem alterações em mais um jogo, contra a Argélia).


Figura 2: Sócrates - Brasil x Argélia - Escudo com "ramo de café"

Figura 3: Elzo - Brasil x Polônia - Escudo atualizado

Cinco dias após, vitória apertada sobre a Argélia, com o placar mínimo 1 a zero, gol de Careca). O texto se repetiu, assim como a atuação do Brasil: apática e nervosa.

Após um recesso de seis dias – e muita conversa e treinos – uma goleada de 3 a zero na Irlanda do Norte no dia 12 de junho (2 gols de Careca e um gol sensacional de Josimar).

Na fase de Oitavas-de-Final, no dia 16 de junho, outra goleada: 4 a zero na Polônia (gols de Sócrates, Josimar, Edinho, Careca).

Após 28 anos, o Brasil enfrentaria a França novamente em um Mundial. Nas Quartas-de-Final, o jogo foi programado para o dia 21 de junho. Naquele dia, o Brasil comemorava 16 anos da conquista do 3.º Título Mundial, ainda mais, conquistado no México. Os franceses, por outro lado, celebravam o 31º aniversário do craque Michel Platini.

No transcorrer da partida, um empate por 1 a 1 no tempo normal (gols de Careca e Platini), o jogo seria ainda marcado pela perda de um pênalti cobrado por Zico e defendido pelo goleiro Bats (aqui se deve frisar que o Galinho de Quintino não jogou aquele Mundial em plenas condições, e ainda mais, foi encorajado a bater aquele pênalti, mesmo que ainda “frio” na partida).

Na prorrogação, a vaga para a semifinal seria decidida nas penalidades. Sócrates e Júlio César desperdiçaram, e a França derrotou o Brasil por 4x3. No final, um saldo positivo, mas amargo: quatro vitórias e um empate num total de cinco jogos.

Time base para o Mundial de 1986: Carlos (Corinthians) no gol; Josimar (Botafogo), Júlio César (Guarani), Edinho (Udinese-ITA) e Branco (Fluminense) na zaga; Elzo (Atlético-MG), Alemão (Botafogo), Sócrates (Flamengo) e Júnior (Torino-ITA) no meio-campo; Müller e Careca (ambos do São Paulo) no ataque.


Fontes de pesquisa:


El Libro de Oro del Mundial – 1930 – 1998. Buenos Aires: Clarin, 1998.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.

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