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sexta-feira, 14 de maio de 2010

A camisa da Seleção no Mundial de 1950

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), era natural que houvesse a necessidade primeira de reconstrução, das cidades e da dignidade dos cidadãos, de várias nacionalidades, massacrados com os ataques, em diversos países.

Mas, no começo de 1946, o presidente da FIFA, Jules Rimet, convocou os países membros para um congresso de futebol, que seria realizado em Luxemburgo, a partir do dia 1.º de julho daquele ano. Ninguém se manifestou de forma contrária. Segundo Rimet, o futebol poderia minimizar o sofrimento de muitos, e o próximo mundial seria realizado em 1949, sob o nome de IV Campeonato Mundial de Futebol, onde seria disputada a Taça Jules Rimet (decisão do colegiado, pois o troféu ainda não tinha denominação).

Realizado pela última vez em 1938, na França, dois países se candidataram para sede do evento: Argentina e Brasil. Nos bastidores, Juan Domingo Perón e Getulio Vargas, presidentes respectivamente de Argentina e Brasil naquele período, decidiram em acordo que a primeira competição na América do Sul seria no Brasil, e a outra, na Argentina. Rimet, em um primeiro momento, não concordou, e queria a Suíça como sede, mas a mesma não tinha estrutura para o evento.

Assim, no dia 26 de julho de 1946, ficou decidido o Brasil como palco do quarto Mundial de Futebol, mas não em 1949, e sim em 1950.

No final da década de 1940, o Brasil tinha uma população de 52 milhões de habitantes, e a Fifa apenas 34 países inscritos – desses somente 13 jogariam o Mundial.

O Brasil possuía três grandes campos de futebol: São Januário, no Rio de Janeiro (não utilizado na competição); Pacaembu, em São Paulo; e Durival de Britto e Silva, em Curitiba.

Foram ainda ampliados o Estádio Ildo Meneghetti (dos Eucaliptos), em Porto Alegre e Estádio Adelmar da Costa Carvalho (Ilha do Retiro), em Recife, assim como construído o Estádio Raimundo Sampaio (Independência), em Belo Horizonte.

Todos os preparativos tinham que ser à altura da expectativa do evento. A Seleção estrearia um novo uniforme, com camisas brancas de mangas curtas, golas em "V" com abas largas azuis e calções brancos. Também houve alteração no escudo pela primeira vez – mais estreito, com a preservação do estilo, com uma cruz maior na qual se mantinha a sigla CBD (também maior), mas com alteração nas cores (a cruz verde passou a ser mais escura). A Camisa da Seleção de 1950 foi fornecida para a competição pela Superball – Cia. Brasileira de Equipamentos Esportivos.


Figura - Seleção no Mundial de 1950.


E pela primeira vez nos Mundiais, uma nova regra foi introduzida: as camisas deveriam ser numeradas, de 1 a 11 (para facilitar o trabalho dos árbitros e da imprensa, além da identificação pela torcida). Como não havia substituições no decorrer das partidas, essa era a numeração que se manteria naquela competição. Para as camisas do Brasil, o número acompanhava a cor das golas: azul escuro.

O Brasil entrou em campo no dia 24 de junho de 1950 para golear o México por 4 a zero, com dois gols de Ademir Menezes (conhecido como “Queixada”), com o número 7 às costas.

A única alteração que ocorreu no uniforme foi no empate em dois gols contra a Suíça, com a Seleção usando calções de cor azul escuro,. Nas vitórias de 2 a zero contra a Iugoslávia, nas goleadas de 7 a 1 contra a Suécia, e 6 a 1 contra a Espanha, assim como na fatídica derrota de 2 a 1 na final, jogaria com o uniforme principal (camisas e calções brancos).

Nesta final, conhecida pejorativamente como “Maracanazo”, foi a última vez que a Seleção usou uma camisa branca em um Mundial de Futebol...

Vale destacar, para finalizar este texto, a raça e determinação com que aquela Seleção jogou com a Camisa da Seleção. Uma derrota apenas, dentro de uma campanha brilhante, mas que sentenciou aqueles bravos atletas Brasileiros a um futuro sombrio, injusto e desumano. Àqueles atletas, ficou um legado de sobrevivência e esquecimento.

Time base para a Copa de 1950: Barbosa no gol; Augusto, Bigode e Juvenal na zaga; Bauer, Danilo Alvim e Friaça no meio; Chico, Jair Rosa, Zizinho e Ademir Menezes no ataque.

Fontes de pesquisa:

50 anos de emoção e gol: a história da copa do mundo. Revista Oficial da CBF, Rio de Janeiro, pp. 7-8, Bloch Editores, 1980.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.


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