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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Camisa da Seleção no Mundial de 1994

Aspectos que antecederam o Mundial


Como resposta à descrença generalizada, a CBF conduziu o posto de técnico da Seleção a um ídolo das décadas de 1970 e 1980: Falcão.

Mas nem tudo que transmite convicção se transforma em resultados positivos.

Na estreia, uma derrota de 3 a zero no amistoso contra a Espanha, em Gijón. Na sequência, 6 empates (dois sem gols contra o Chile na Taça da Amizade; México, Paraguai e Argentina, por duas vezes), duas vitórias (Romênia e Bulgária) e uma derrota (2 a 1 para a Seleção do Resto do Mundo).

Na Copa América de 1991, quatro vitórias (Bolívia, Equador, Colômbia e Chile), um empate por um gol com o Uruguai e duas derrotas (Colômbia e Argentina), deixaram o Brasil na 2.ª colocação. Seria a última participação de Falcão à frente da Seleção.

Ernesto Paulo assume para apenas uma partida, derrota de 1 a zero para o País de Gales. Bastou este resultado para outra mudança no comando técnico: assumiu novamente Carlos Alberto Parreira.

A reestreia de Parreira seria em 18 de dezembro de 1991 viria com uma vitória de 2 a 1 contra a Tchecoslováquia no Estádio Serra Dourada (Goiânia).

O ano de 1992 começou com a mudança do fornecedor de material esportivo – a inglesa Umbro assumiu o fornecimento dos materiais de jogos e treinos – e com um novo modelo de Camisa. A gola fechada com abas foi mantida, mas com um botão de fechamento frontal. Outros detalhes relacionados ao design: o escudo volta a ser o mesmo utilizado na década de 1970, com a sigla CBF no lugar de CBD; a logomarca da Umbro (em losangos) apareceu reestilizada no corpo da camisa, com a sigla CBF nas arestas da logo – tudo em marca d’água; a mesma logo reaparece na manga direita, em traços na cor preta.

No ano de 1992, nove amistosos (6 vitórias – EUA, Finlândia, Milan-ITA, França, Costa Rica e Alemanha, um empate com a Inglaterra e 2 derrotas – ambas para o Uruguai) e ainda ganharia o mini-torneio Friendship Cup, nos EUA.

Durante o ano de 1993, dois amistosos – dois empates: Argentina e Polônia, e participação no US Cup, para então, na Copa América, figurar apenas na 6.ª colocação.

No torneio classificatório para o Mundial de 1994, ainda em 1993, um empate para o Equador na estreia, e uma derrota para a Bolívia, provocaram desconfiança e protestos.

Mesmo com quatro vitórias, sendo três goleadas (Bolívia e Venezuela, duas vezes), um empate com o Uruguai colocava o Brasil em situação de risco, para deixar de disputar o Mundial, pela primeira vez. Pior era a teimosia de Parreira em não convocar Romário, aclamado pela população.

Mas, para a última e decisiva partida, Romário foi convocado e marcou os dois gols que classificaram o Brasil, contra o Uruguai.


A Camisa da Seleção no Mundial de 1994

Na preparação para o Mundial, seis amistosos, com 4 vitórias – Argentina, Islândia, Honduras e El Salvador -, e 2 empates – Combinado Francês (PSG e Boudeaux) e Canadá.

Na condução da Seleção, a CBF determinou a incorporação de mais um profissional, na função de coordenador técnico. Carlos Alberto Parreira, já figurava como técnico, e Zagallo é chamado para a coordenação técnica.

Para a competição, a Umbro preparou um uniforme especial. Na mesma composição em marca d’água, os escudos da CBF se multiplicam três vezes na camisa amarela; a gola, reestlizada do mesmo modelo de 1986, com frisos amarelos na gola, e a inscrição da sigla CBF na frente, e no verso o nome do país (Brasil) na gola, e pela primeira vez em mundiais, o nome do jogador, logo acima do nome.

Figura 1: Camisa amarela - Mundial de 1994

Ainda, um segundo uniforme, azul, a sigla da CBF aparece como se carimbada duas vezes (com sombra), em textura com as logomarcas da Umbro estilizadas.


Figura 2: Camisa azul - Mundial de 1994

Desde a primeira partida, a Seleção apresentou um futebol pragmático, muito diferente do “Futebol Arte”, mas muito eficiente, com uma dupla de atacantes habilidosos (Romário e Bebeto), um sólido esquema defensivo (com os zagueiros Aldair e Márcio Santos e pelos volantes Dunga e Mauro Silva).

A primeira partida, no Stanford Stadium, em San Francisco, no dia 20 de junho, o Brasil venceu a Rússia por 2 a 0, com gols de Romário e Raí. Nesta partida o zagueiro Ricardo Rocha sofreu uma grave lesão e ficou fora do restante do Mundial.

Quatro dias depois, no mesmo local, nova vitória sobre Camarões: 3 a 0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto. Mesmo com a segunda vitória, a Seleção não apresentava futebol convincente, e Parreira convivia com as críticas, diariamente. Com a entrada de Mazinho no meio-campo, no lugar de Raí, a equipe mudou de postura, evoluindo para um padrão tático eficaz.

Já classificada para a fase seguinte, um empate com a Suécia em 1x1 (gol de Romário), no Estádio Silverdome, em Dallas. Nesta partida, pela primeira vez, o Brasil jogaria com o segundo uniforme, com camisas azuis.

Nas oitavas-de-final, além da importância da partida, uma data especial: 4 de julho, data em que se comemora a independência americana. Na partida, realizada no Stanford Stadium e com um jogador a menos (Leonardo foi expulso após aplicar uma cotovelada no meio-campista Tab Ramos), a seleção venceu por 1 a 0, com gol de Bebeto, após jogada de Romário.

Nas quartas-de-final, a Holanda, no dia 9 de julho, no Cotton Bowl, em Dallas. A Seleção chegou a abrir 2 a 0 (Romário e Bebeto), mas a Holanda empatou, e Branco, numa cobrança precisa de falta que ele mesmo havia sofrido, decretou o placar final de 3 a 2. Novamente, a camisa azul foi utilizada.

Na semifinal, no Rose Bowl, em Los Angeles, no dia 13 de julho, nova partida com a Suécia, e o Brasil jogou novamente com a camisa azul. Em um jogo meramente “burocrático”, foi Romário quem decidiu de cabeça após cruzamento de Jorginho. Após seis Mundiais, ou 24 anos, o Brasil decidiria uma final de campeonato novamente.

No dia 17 de julho, no mesmo estádio, a Seleção reencontrou a Itália, também finalista com o Brasil em 1970. Depois de 120 minutos sem gols, pela primeira vez a Copa seria decidida em cobranças de pênalti. Romário, Dunga e Branco converteram. Márcio Santos perdeu. Bebeto, escalado para ser o último, nem precisou cobrar a penalidade. O craque italiano Roberto Baggio chutou por cima do travessão e definiu a vitória brasileira por 3 a 2.

Com cinco vitórias e dois empates em sete jogos, o Brasil conquistava novamente um Título Mundial, e a Taça FIFA pela primeira vez.

Seleção Campeã do Mundo em 1994: Taffarel (Reggina-ITA), Zetti (São Paulo) e Gilmar (Flamengo) para o gol; Jorginho (Bayern München-ALE) e Cafu (São Paulo) para a lateral-direita; Ricardo Rocha (Vasco), Ronaldão (Shimizu-JAP), Aldair (Roma-ITA) e Márcio Santos (Bordeaux-FRA) para a zaga; Leonardo (São Paulo) e Branco (Fluminense) para a lateral-esquerda; Mauro Silva (La Coruña-ESP), Dunga (Stuttgart-ALE) e Mazinho (Palmeiras) como volantes; Zinho (Palmeiras) e Raí (PSG-FRA) no meio-campo; Bebeto (La Coruña-ESP), Romário (Barcelona-ESP), Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen-ALE), Muller (São Paulo), Ronaldo (Cruzeiro) e Viola (Corinthians) para o ataque.


Fontes de pesquisa:

El Libro de Oro del Mundial – 1930 – 1998. Buenos Aires: Clarin, 1998.
GLANVILLE, Brian. O Brasil na Copa do Mundo. Porto Alegre: Editora Lux, 1973.
TODAS as Copas. Lance! – O diário dos Esportes, São Paulo, pp. 8-34, 1998.

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