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sexta-feira, 21 de maio de 2010

A era das bolas adidas usadas nos Mundiais de Futebol – década de 1970

Quando Adolf Dassler começou a trabalhar como sapateiro, em 1920, nunca imaginaria que criaria uma marca e um padrão de qualidade que mudaria a História do Futebol.

Adi, como era chamado pelos amigos e familiares, começou a fornecer chuteiras para a Seleção Alemã no final da década de 1940. Como assinatura da sua obra, adicionou ao seu apelido as três primeiras letras do seu sobrenome: estava criada a adidas (em minúsculas mesmo).

Mas o que imortalizou a marca foram dois produtos que criariam conceito e referência no futebol a partir da década de 1970: os uniformes e principalmente as bolas adidas.

O début da adidas como fornecedora de bolas para os Mundiais começou no México, em 1970.

Para esta competição – e por quase 20 anos – a adidas criou um modelo baseado em estudos baseados em matemática fundamental, principalmente para a materialização de uma figura geométrica pertencente ao conjunto de “Sólidos de Arquimedes” e da “Família de Icosaedros (figuras de 20 faces)”: o Icosaedro Truncado.

Esta figura é formada por 12 pentágonos regulares (figuras com 5 lados iguais) e mais 20 hexágonos regulares (figuras com 6 lados iguais). Isso conferia à bola a condição de se concretizar em uma esfera perfeita.

Assim, os painéis (ou gomos) foram confeccionados em formas pentagonais pretas e hexagonais brancas.

Sendo este o primeiro Mundial transmitido em cores e ao vivo, a escolha das cores diferenciadas para os gomos se justificava pela percepção visual ao movimento da bola, na captação e principalmente, geração de imagens (muitos países ainda não possuíam a retransmissão de televisão à cores, no período).

O nome da bola, Telstar, foi escolhido para homenagear este importante marco das comunicações para o esporte (a primeira transmissão ao vivo). Telstar é o nome do primeiro satélite construído para esta finalidade.Outra inovação tecnológica está relacionada ao revestimento das bolas. Mesmo confeccionadas com painéis de couro curtido – como todas as antecessoras – foi utilizado um revestimento de poliuretano brilhante da empresa italiana Durlast (parceira no fornecimento de revestimentos) para melhor proteger e impermeabilizar a bola.

Assim surgiu a “adidas Telstar Durlast”, que foi utilizada em 27 dos 32 jogos no Mundial do México em 1970. Sem inscrições nos jogos, seria apenas com as duas cores, branco e preto, que a bola seria eternizada e até a atualidade facilmente reconhecida.

Figura 1: Bola "adidas Telstar Durlast" original.

Figura 2: "adidas Telstar Dulstar" em ação no "Jogo do Século" (RFA x Itália)


E nos outros 5 jogos? A adidas forneceu outro modelo – com painéis octogonais, em duas formas, totalizando 24 – chamado “adidas Santiago”, como coloração marrom.

Figura 3: "adidas Santiago" - no jogo de quartas de final - RFA x Inglaterra


adidas Telstar Durlast 1974

O modelo principal de bola usada na competição não sofreu alterações ou mudanças, mas alguns detalhes fazem desta bola um elemento fundamental da competição realizada na Alemanha Ocidental, em 1974.

Pela primeira vez, a FIFA autorizou oficialmente o uso da logomarca e do nome da bola impressa nos gomos das bolas. Isso definitivamente selou uma parceria criada entre a FIFA e a adidas que se estende até o próximo Mundial.


Figura 4: "adidas Telstar Durlast 1974"

Figura 5: Final de 1974 - Johan Cruijff, Franz Beckenbauer e a "adidas Telstar Durlast 1974"

Outro detalhe fundamental está relacionado à confecção das bolas. Todas as bolas produzidas e usadas no Mundial de 1974 foram confeccionadas na França, como uma das estratégias de Adi Dassler em fortalecer o mercado francês, frente ao crescimento das empresas concorrentes.

Mesmo sem a alteração estrutural, seriam ainda utilizadas outras duas variações para a bola: a “adidas Chile Durlast” e a “adidas Apollo Durlast”.

A primeira, uma clara homenagem ao modelo de bola utilizado no Mundial de 1962, mas apenas no nome. O modelo, um autêntico Telstar, só se diferenciava pela coloração dos gomos, todos brancos.


Figura 6: “adidas Chile Durlast”


Figura 7: “adidas Chile Durlast” em ação - Brasil 0 x 1 Polônia (disputa 3.º lugar)

A segunda, uma homenagem à nave e ao projeto de mesmo nome que originou a primeira viagem do homem à Lua, em 1969. Essa, também possuía apenas uma coloração, mas neste caso, laranja.



adidas Tango River Plate

Como mais uma estratégia adotada pela adidas, foi criado um modelo que seria utilizado no Mundial de 1978, com um design moderno, hoje clássico. Todos os gomos da bola adidas Telstar foram mantidos em coloração branca, mas entre os painéis foram desenhados 12 círculos idênticos, formados por triângulos estilizados de cor preta interligados em 20 painéis, criando a sensação de laços entre os gomos.


Figura 8: "adidas Tango River Plate"

Figura 9: "adidas Tango River Plate" em ação na Final do Mundial de 1978 - Argentina 3x1 Holanda


Além do design, os painéis de couro também foram mais resistentes.

Mais uma vez, a bola recebeu um nome para homenagear, neste caso, o país anfitrião: a Argentina. E a homenagem viria em dose dupla: a principal manifestação cultural e artística – Tango – e River Plate – homenagem ao clube de futebol (o nome foi escolhido após uma eleição para a torcida mais fanática de Buenos Aires).

A “adidas Tango River Plate” foi produzida e confeccionada na França, como as bolas do Mundial de 1974.

Entretanto, como outra estratégia de expansão, com a implantação da fábrica da adidas na Argentina, foi criada a “adidas Tango Durlast”, fabricada pela “Industria Argentina”. O mesmo modelo também foi produzido na França.


Este seria o último modelo de bola inspecionado pessoalmente por Adolf Dassler, que faleceu em 6 de setembro de 1978.


Fontes de pesquisa:

Adidas Group. “At a glance” – The Story of the adidas Group. Disponível em: . Acesso em 10.mai 2010.
BALL, Peter. Soccer: the world game. Londres: Hamlyn, 1989
Die gröβten Spiele. Sport Bild, Band 2, Hamburg, 2006.

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